terça-feira, janeiro 10, 2006

NÃO APAGUEM A MEMÓRIA!


Meus amigos,

Venho dar-vos a conhecer o Movimento Cívico NÃO APAGUEM A MEMÓRIA! que um grupo de cidadãos indignados, de que faço parte, decidiu fundar e dinamizar com vista a combater o crescente e sistemático apagamento da Memória da/na nossa História Contemporânea.

Convido-vos, primeiro, a visitarem o site da imobiliária que negoceia o condomínio de luxo que está a ser construído por entre as paredes do edificio que foi a sede da PIDE/DGS, ali ao Chiado, na Rua António Maria Cardoso.

Chamam-lhe eufemisticamente o «Paço do Duque». E contam a sua História. Uma História aristocrata que termina, imaginem, em 1640!

Entrem no site: Paço do Duque e digam de vossa justiça.

Deixo-vos agora o Manifesto do movimento cívico NÃO APAGUEM A MEMÓRIA! Apresentado publicamente no dia 12 de Novembro passado.

Através dele, lançámos uma campanha de recolha de assinaturas para levar o assunto aos órgãos institucionais.

APELO À VOSSA PARTICIPAÇÃO.

SUBSCREVAM ! ADIRAM ! DIVULGUEM !



10 comentários:

Anónimo disse...


Prezada Amiga,

Aqui está o teu texto, que eu resolvi ilustrar com uma fotografia do sinistro Edifício onde algumas vezes fui interrogado, em 1963. durante os seis meses que estive encarcerado no Aljube e em Caxias.

Um Abraço,

Júlia Coutinho disse...

Fernando, tal como tu milhares e milhares de portugueses, e não só, passaram por aquele edifício ... e por outros que estavam adstritos à PIDE, a polícia política de Salazar. Muitos pagaram com a vida. Muitos ficaram estropiados para sempre. Famílias foram destruídas, filhos separados dos pais. Milhares e milhares de homens e mulheres foram perseguidos porque ... pensavam de maneira diferente! Mesmo fora da prisão a perseguição continuava ... ficavam sem trabalho porque a Pide intimidava os patrões ... eram destituídos do funcionalismo público ... as elites intelectuais foram forçadas a abandonar as nossas Faculdades ... como Bento de Jesus Caraça, ou Manuel Valadares, ou Manuel Rodrigues Lapa, ou Isabel Aboim Inglês, Fernando Lopes Graça ... são tantos e tantos que ficaram pelo caminho que até dói recordá-los. Mas é necessário. Para que a Memória os dignifique e a História os perpetue.
Portugal sofre de um défice de Memória que urge combater. Para Memória Futura!

Maria Carvalho disse...

Para Memória Futura, sem dúvida.

contradicoes disse...

Já lá está a minha participação cara amiga. Não podemos consentir que com o andar dos tempos este gente face aos seus interesses meramente económicos
apaguem da história as marcas deixadas pela ditadura. Com um abraço do Raul

augustoM disse...

Julinha há muita gente interessada em apagar o edifício e o seu antigo conteúdo da memória,muita gente que agora diz que não foi, mas foi e são muitos mais do que se julga. No jantar vamos falar disto OK?
Um beijo Augusto

Júlia Coutinho disse...

Zeca e outros amigos interessados em assinar e recolher assinaturas. Penso que o melhor será imprimirem o documento, através do nosso site, assinarem e recolherem assinaturas por todas as formas possíveis. Depois enviar os documentos para:

Não Apaguem a Memória!
Rua da Misericordia 95
1200-271 Lisboa

ou aparecerem nas nossas reuniões. A próxima será no dia 28 de Janeiro, às 15 horas, na A25A.
Privilegiamos a assinatura em presença com o respectivo número de BI.

Zeca, não queres vir trabalhar connosco?

Anónimo disse...

Força, Júlia.
Esta tua causa é bastante pertinente e justa.
Como as outras, aliás.

Anónimo disse...

Existem muitos locais de lisboa que têm sido apagados.As portas de d.Fernando.o propio chiado com as terriveis construçãos desenhadas por sis vieira que se não odeia lisboa imita muito bem.a historia recente e toda a historia mais antiga ,escrita nos edificios e praças está sendo apagada.Até têm feito os possiveis para afundar o terreiro do Paço !Menina "eles comem tudo..." só o $ lhes interessa.Triste época vivemos.annie hall do outsider

Júlia Coutinho disse...

Querida Annie, como eu lhe dou razão ...
Por tudo isso, TODOS não somos de mais para "levar a carta a Garcia!" ou seja, lutar para que a Memória prevaleça e a História se faça. Não nos podemos demitir dos nossos direitos e deveres enquanto cidadãos. Temos que intervir. Temos que soltar a voz e os gestos e não só o pensamento ...
Muitos de nós foram-se demitindo do quinhão de cidadania que lhes cabe. Mas... porque não podemos ser cúmplices, temos que agir !

Anónimo disse...

Estas coisas não são para brincar (a memória da repressão), mas Hollywood faria decerto um filme em que o local estaria com uma maldição e apareceriam poltergeists às criancinhas pequenas dos novos-ricos que para lá forem morar...

Se a verdadeiras história do local se tornar conhecida os especuladores imobiliários vão ter dificuldade em vender os apartamentos...