segunda-feira, junho 05, 2006

VOZ DO SILÊNCIO - PRISÕES POLITICAS PORTUGUESAS

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA

"VOZ DO SILÊNCIO - PRISÕES POLITICAS PORTUGUESAS"

de PEDRO MEDEIROS

Na Associação 25 de Abril
R da Misericórdia, 95 - Lisboa

Entre 2 e 30 de Junho de 2006
de 3ªfeira a Sábado, das 12 às 23 horas, e 2ª feira das 12 às 20 horas.
Encerra ao Domingo.




"Constituir um itinerário da repressão, assinalando o percurso negro da ditadura fascista, é um passo vital para a compreensão da história recente do nosso país.

A resistência dos Presos Políticos Portugueses, o seu contributo decisivo para a criação de uma sociedade livre, é acima de tudo um exemplo humano de convicção e entrega absolutas. O esquecimento ou tentativa de branquear esta determinação e luta é, por um lado, a completa adulteração do sentido da história, por outro, um enorme entrave à procura dos nossos ideais e convicções.

Sendo a fotografia construção de memória, o exercício desta escrita e a necessidade de alcance de um espaço de reflexão e de identificação colectiva são vectores essenciais do campo de acção deste trabalho.

Este é um projecto dedicado a todos os que sofreram a brutal e injusta privação da liberdade, aos que sobreviveram e à memória dos que faleceram no cárcere. Aos Presos Políticos Portugueses, às suas famílias e amigos, a todos os que os apoiaram na sua luta, ao trabalho desenvolvido pela
Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos."

Pedro Medeiros

14 comentários:

  1. Há que lembrar sempre a Pide e osseus presos políticos! Bom post:) beijos

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  2. Faço minhas as palavras da Wind. Para memória futura. Para que todos possam conhecer o que foram esses tempos. Beijos.

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  3. Excelente iniciativa.
    Porque não se pode esquecer o que se passou em 50 anos de ditadura política.
    E passar os factos às gerações seguintes, que quase desconhecem a brutalidade do regime salazarista.
    Beijinhos.

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  4. ...já estive lá...é impressionante...pensar que um familiar meu morreu lá e que muitos estiveram presos ou detidos...faz-me lembrar daquele movimento contra a existência de um novo Bergen Belsen...direi mesmo...Prisões Políticas em Portugal "Nie Weber"...um abraço...

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  5. Força, Júlia,
    É preciso sempre lembrar que no passado recente houve pessoas que resistiram (e deram as suas vidas) para que hoje vivessemos em LIberdade.
    Convém lembrar que existiu a pide, o fascismo, a ditadura, a censura, a repressão.
    Um abraço

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  6. O Neo-Liberalismo maçónico, tal como o republicanismo da mesma índole do pós- 1910, tudo farão para apagar da memória colectiva as verdadeiras forças que se bateram contra a monarquia. Da mesma forma que muita gente não sabe o que foram as perseguições monárquicas aos carbonários e a luta dos operários e militares antes de 1910, daqui por muito poucos anos os presos políticos não existiram e os heróis do 25 de Abril foram os corajosos combatentes de Argel e Paris.
    Em alguns livros de história do ensino secundário já só aparece um parágrafo sobre Salgueiro Maia, nenhum sobre presos políticos e duas páginas inteiras sobre os maçons que nada fizeram pela liberdade em Portugal, mas que emergiram politicamente no pós- 25 de Abril. Pena do meu povo? Claro que não, continuam a pô-los no poleiro, portanto gostam.

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  7. Minha querida amigaaaaa...que saudades do teu farto abraço e da tua gargalhada saudavel que tanto aprecio... venho deixar-te um beijo recheado de mil carinhos e polvilhado de milhões de ternuras... e dizer que não caia no esquecimento o passado para que possa servir de lição no futuro.

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  8. Nunca é demais lembrar sobretudo aqueles que não tiveram a mínima noção do que representou a repressão exercida pela PIDE/DGS, com consequências mortais para muitos presos políticos, para que jamais
    em tempo algum a tentativa de instauração duma nova ditadura, tenha sucesso. Com um abraço do Raul

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  9. As incrições para o jantar de homenagem ao Fernando já estam abertas no meu blog. Por favor ajuda a divulgar.
    Um beijo. Augusto

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  10. Oi Julinha:
    olha, nao acostumo jamais, a falar de cosas de muita profundidade de terras irmas.
    Nao conheço tampouco os fundamentos pessoales para escrever alguma coisa como poden fazer vcs.
    Mais si posso te dizer que as injusticias sao horrívels para mim, já conhjecimos de mais na minha terra,entao ao menos das coas que vc falou, esotu do teu lado.
    Beijao
    Beijao.

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  11. Gosto muito do trabalho (do pouco que conheço) do Pedro Medeiros e não quero perder por nada esta exposição.

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  12. Olá Júlia

    É sempre bom lembrar. Porque há entre nós muita gente esquecida.

    Beijinhos

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  13. Muito bem! não deixemos apagar a memória. Visitarei a exposição, está claro!

    Abraços solidários!

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  14. ACUSO

    Cavalo de vento
    Meu dia perdido
    O meu pensamento
    Anda a soluçar
    Por dentro do tempo
    De cada gemido
    Com olhos esquecidos
    Do riso a cantar

    Quem foi que levou
    A ânfora antiga
    Onde minha sede
    Fui desalterar
    Sementeira de astros
    Que o olhar abriga
    Por fora dos versos
    Que hei-de procurar

    Quem foi que em murmúrio
    Na fonte gelava
    Essa folha branca
    Aonde pensar
    Quem foi que a perdeu
    Levando o futuro
    Por onde o meu barco
    não quer navegar

    Quem foi que manchou
    a página clara
    Com água das sedes
    Que eu hei-de contar
    Quando o sol doirava
    As velhas paredes
    Da mansão perdida
    De risos sem par

    Quem foi que levou
    Os astros azuis
    Do meu tempo lindo
    Meu tempo a vogar
    Por mares de estrelas
    Vermelhas abrindo
    Quando minhas mãos
    Querem soluçar

    Não mais sei quem foi
    só sei que foi quando
    a noite vestiu o dia que era
    E todos os sonhos
    Partiram em bando
    Fugindo de mim e da primavera

    Mas há na memória
    Da minha retina
    A voz que se nega
    A silenciar
    Com dedo infantil
    Erguendo a menina
    Diante do réu
    Em tempo e lugar!!!

    Marília Gonçalves

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