terça-feira, abril 25, 2006

Viva o 25 de Abril!

Vivam os militares que no-lo deram!
. Em 25 de Abril de 1974 os militares do MFA
cumpriram a sua missão patriótica, a utopia...
tornava-se realidade e o povo português celebrava
em festa a sua liberdade resgatada!

Vasco Lourenço, fotografado por Dionísio Leitão, a ler

a Mensagem dos Capitães de Abril de 1974 aos Jovens de Hoje:

SINTAM a Liberdade,
como condição essencial da dignidade humana.
VIVAM em Liberdade para a paz, a solidariedade,
a justiça e o bem estar individual e social.
LUTEM pela Liberdade sem medo,
mas com respeito pela liberdade dos outros.

(in 32 Anos de Vida. 30 Anos de Poder Local Democrático, A25A, 2006)

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Associação 25 de Abril

sábado, abril 15, 2006

Estávamos em 1939...

Na Europa, as guerras sucediam-se. À primeira Grande Guerra (14-18) sucedera-se a de Espanha (36-39) e depois a Segunda Mundial (39-45). Em Portugal viviam-se tempos conturbados e repressivos: perseguições, prisões, torturas, mortes. A Polícia Política e a Censura eram os principais bastiões da Ditadura. Os seus sustentáculos.

Mas houve, sempre, homens que resistiram. Pelas mais diversas formas.


Este poema foi escrito por José Gomes Ferreira.
Para ser cantado por Edmundo Bettencourt.
A revista Seara Nova quis publicá-lo.
A Censura não deixou. A Resistência deu-lhe vida.



Serenata Cínica


Menino que vais na rua
não cantes nem chores: berra.
Cospe no céu e na lua
e aprende a pisar a terra.

Aprende a pisar o mundo.
Deixa a lua aos violinos
dos olhos dos vagabundos
e dos poetas caninos.

Aprende a pisar a vida.
Deixa a lua às costureiras
- pobre moeda caída
de quem não tem algibeiras.

Aprende a pisar no chão
o silêncio do luar
sem sentir no coração
outras pedras a gritar.

Pisa a lua sem remorsos
estatelada no solo...
Não hesites! Quebra os ossos
dessa criança de colo.

Pisa-a, frio, com coragem
sem olhos de serenata:
que isso que vês na paisagem
não é ouro nem é prata.

Menino que vais na rua
não chores, nem cantes: berra
ou então salta p'rá lua
e mija de lá na terra.



José Gomes Ferreira
o poeta que se recusava a ter mais de 20 anos

in Poeta Militante, 1º volume, pub. D. Quixote, p. 237