
Nasceu em 28 de Janeiro de 1911. Faz hoje 100 anos.
Foi a primeira mulher a ter a «ousadia» de entrar para o Instituto Superior Técnico, em 1931.
Foi a primeira mulher a licenciar-se em Engenharia Civil, pelo IST, em 1937.
Foi a primeira mulher a inscrever-se na Ordem dos Engenheiros.
Foi também a primeira pessoa de engenharia a desenvolver cálculos antissismicos nas construções, tendo sido, por isso, relatora no I Congresso dos Sismos, realizado em 1955.
Exerceu a profissão até aos 90 anos.
Tem cinco filhos, 11 netos e 9 bisnetos.
Maria Amélia Chaves foi pioneira num reduto de homens, mas teve no pai, João Carlos Pires Ferreira Chaves, um militar republicano, o seu maior aliado.
Deu-me a honra de uma longa conversa que será publicada no próximo número da revista Faces de Eva, a sair em Maio.
Parabéns, Maria Amélia!
Nota: sabe-se que a 1ª mulher a frequentar um curso técnico de engenharia civil, pela Escola Politécnica do Porto, foi Rita Morais Sarmento, em finais do século XIX, porém não se encontram as fontes primárias que atestem o seu percurso académico; o curso não era superior, o que no Porto só acontece a partir de 1915 com a
fundação da Faculdade de Engenharia; sabe-se que constituíu família e faleceu em 1931. Também nunca exerceu. Maria Amélia Chaves foi a primeira engenheira civil formada pelo Instituto Superior Técnico, a nova escola científica no pós-República. Foi também a primeira mulher a exercer totalmente a profissão, num mundo dominado por homens. A primeira a ir para as obras, fiscalizar. A primeira a assinar projectos e a acompanhar a construção dos mesmos. Pode, por isso mesmo, ser considerada a Primeira Engenheira Civil Portuguesa. Com toda a legitimidade.