sexta-feira, dezembro 22, 2006

Festas Felizes



Natal 2006


não te digo do natal coisa nenhuma
do natal enfeitado a sumaúma
que se arruma em cada ano nalgum canto

não te digo do natal em mar de espuma
esse efémero natal-coisa-nenhuma
quebradiço a ter-de-ser e sem encanto

não te digo do natal de coitadinhos
nem daquele de nós todos tão sozinhos
conformados sem ter sonhos nem espanto

não te digo do natal feito de prendas
num afecto leva-e-traz que me encomendas
e trocamos cada ano em qualquer canto

mas te digo um natal fio de seda
do casulo entretecido que te enreda
e te leva ao riso ao sonho em doce encanto

digo ainda do natal feito de enlaces
desfiando o casulo onde renasces
enlaçando cada ser por valer tanto

digo então um natal que desse fio
deslassado mundo fora como um rio
nos envolva a todos nós num acalanto

mais te digo do natal de um outro início
celebrando a nova esperança o solstício
recriado em nossa voz num novo canto.

Jorge Castro

Este poema é do meu amigo Jorge Castro (Orca) a quem agradeço a autorização concedida.
Ninguém melhor do que ele exprime toda a ternura desta data mas, ao mesmo tempo, a necessidade que muitos de nós sentem de (re) criar o Natal para que deixe de ser a época nataleira-consumista em que se tornou e se transforme na Festa Fraterna e Solidária que sempre deveria ser.

terça-feira, dezembro 05, 2006

A vida é efémera .... acreditem.

Entre os dias 7 de Novembro e 1 de Dezembro estive internada no serviço de cirurgia do Hospital de S. José, em Lisboa.
Inicialmente o diagnóstico foi o de Pancreatite Aguda e ... pedra na vesícula, sendo que os médicos sempre valorizaram muito mais a infecção no pâncreas em detrimento da vesícula. E foi assim que me mantive semanas a dieta zero (sem poder ingerir água, sequer) apenas molhando os lábios. Quando as coisas pareceram melhorar enviaram-me para casa à espera de oportunidade melhor para a operaçáo à vesícula. Só que, passados dois dias, eu estava de novo internada. E agora com temperaturas altías quase constantes e cólicas dolorosíssimas!
Confesso: vi a morte rondar-me, pensei que tinham chegado os últimos momentos.
Finalmente decidiram operar-me. E ainda bem que o fizeram porque a vesícula (um pequeno saco que temos na base do fígado) estava de tal forma infectada que uma peritonite era inevitável e, obviamente, uma septicémia tomaria conta de mim. Aconteceu na madrugada de 25 para 26 de Novembro. O pós-operatório foi mauzito com temperaturas altas e dores constantes.
Apesar de tudo, no dia 1 de Dezembro, dia do meu aniversário, quiseram oferecer-me um enorme presente e mandar-me para casa. Regressei com os pontos e um dreno.
E cá vou sobrevivendo e reagindo. Com imensas dores, com imenso mau-estar, por enquanto. Mas  salva pelo excelente SNS que temos. 

Valem-me os AMIGOS que não me abandonam. 

Obrigada ao meu vizinho Mário que cuidou (como sempre) com todo o carinho e toda a dedicação dos meus dois meninos de quatro patas: o Miró e a Elis Regina.

Obrigada, à querida ANGELA que nunca me abandonou. Amiga, tu és mais que amiga mais que  irmã. Tu és a IMPRESCINDÍDEL, aquela pessoa que, incondicionalmente, está sempre presente. Aceitando-me como sou, amando-me como sou. E nunca me abandonando.
Não tenho palavras para dizer-te o quanto te amo.
Mas tu sabes.

Vou agora descansar e recuperar para casa dos meus amigos Albergaria, a minha «família de acolhimento», os AMIGOS com quem sempre posso contar.

Um beijo para TODOS vocês !