quinta-feira, abril 30, 2009

foi assim ...

«No tempo que antecedeu a revolução, olhando as coisas pela superfície, a sociedade parecia imóvel, a gente amorfa e amedrontada. Éramos um povo triste, marcado pelas necessidades, sem direitos políticos, humilhados e excluídos em boa parte do usufruto dos bens materiais e culturais.
E nos treze anos do fim começaram a chegar os caixões e os mutilados da guerra enquanto milhão e meio de
portugueses, na flor da idade, desertava e fugia.
Mas mesmo nos tempos mais sombrios, nunca faltou a esperança aos que mais se expuseram no combate, mesmo quando ingenuamente acreditavam, nas palavras de Engels, evocadas por Gramsci, que traziam no bolso, sem grande esforço das meninges, toda a história e toda a sabedoria filosófica e política, concentradas em fórmulas breves.

Não se pode viver plenamente sem projecto, sem esperança, sem solidariedade. E aquela confiança, mesmo ingénua, que mais não fosse a ideia tirada da natureza, de que à noite se seguiria naturalmente a manhã, fazia milagres, temperava o aço, usando uma expressão do tempo.

Na madrugada de 25 de Abril de 1974 a liberdade bateu-nos bruscamente na cara despertando uma força e uma alegria irreprimíveis. Capitães, soldados e povo atingiam mortalmente a ditadura. A emoção atingiu o auge no Terreiro do Paço, no Largo do Carmo, depois em Caxias, na Rua António Maria Cardoso. E no dia primeiro de Maio um milhão de portugueses em festa sufragava a aliança revolucionária Povo-MFA. As liberdades mais espantosas inundavam sem licença as ruas e as praças.

Na resposta ao golpe do 11 de Março, a revolução avançou para a Reforma Agrária e a estatização dos bancos, dos seguros e outras empresas.

No dia 25 de Novembro as armas travaram a radicalização do sonho. Multidões choravam nas ruas.»

(António Borges Coelho, nos 31 anos do 25 de Abril)


Nota: cartaz do designer Alexandre Castro


terça-feira, abril 28, 2009

Ciclo de Conferências: as Mulheres e a 1ª República


4ª feira, 29 de Abril, pelas 18H30
«Vivências e Sobrevivências: A Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas»
por
João Esteves e Isabel Lousada

segunda-feira, abril 27, 2009

sexta-feira, abril 24, 2009

25 de ABRIL














gravura de Cipriano Dourado


É a festa a força
a liberdade
o riso aberto à flor da face

Sentir o coração
que se rutila
continuar ainda a apressar-se

É o dia onde fomos
para a rua
e este de pegar na sua haste

A fazer-nos lembrar
que ainda hoje
está por construir a igualdade


Maria Teresa Horta


PS. Obrigada à MTH por mais uma vez ter dado voz à minha/nossa voz.


quinta-feira, abril 23, 2009

LIBERDADE, monumento à Revolução de Abril

inaugura no dia 25 de Abril, às 14 h
no Jardim Amália, cruzamento da Av Marquês Fronteira com a R Castilho (cimo do Parq Eduardo VII)

Este monumento assinala os 25 anos da Associação 25 de Abril. Foi concebido por um grupo de jovens escultores do Curso de Escultura da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Os seus autores procuram deste modo evocar e reafirmar de forma permanente os valores fundamentais da Revolução de Abril, trazendo à sua defesa e preservação as gerações nascidas depois de 1974.

O envolvimento de um grupo de artistas plásticos, nascidos depois de 1974, num projecto colectivo de intervenção artística no espaço urbano, aparece-nos como uma das formas mais singulares de assinalar esta data. Para o sucesso desta empresa, importa destacar que, no cerne deste projecto esteve a partilha de experiências de vida entre a geração de artistas e militares que fizeram nascer a Revolução e um grupo de jovens artistas que se propõem evocá-la. Realizaram-se mesas redondas na Sede da A25A como preparação dos encontros de discussão colectiva na preparação da proposta de monumento.

Com este projecto procuramos: reafirmar de forma permanente e evocativa os valores nos quais se alicerça a existência da Associação 25 Abril; desenvolver novos processos de envolvimento dos artistas na construção do objecto comemorativo; chamar ao exercício da comemoração gerações que nasceram depois de 74, e encontrar os meios adequados para a transmissão do depositário de memórias necessário ao acto evocativo; implementar novas abordagens criativas ao exercício da escultura evocativa.

Esta intervenção define-se pelo seu carácter público. É pensado e construído a partir das relações que se estabelecem entre o objecto, o espaço que o envolve e as pessoas que o usam. Deste modo, a escultura não é pensada como um elemento imposto ao lugar, mas como criação de um lugar pelo usufruto da obra. Pensar o “monumento” desta perspectiva, é trabalhar com as memórias que nascem do passado e que se reforçam no presente. A Liberdade é reconstruída todos os dias, e os lugares de forte carácter evocativos são espaços de reflexão.

A palavra LIBERDADE é gravada pelas formas geométricas do seu vazio, no solo da cidade. No plano de proximidade da obra no lugar a palavra não é percebida. É necessário afastarmo-nos do solo para entender o significado da grafia que se estende no chão; estas marcas são elementos em betão branco sobrelevados do solo. São plataformas de usos diversos, à escala do corpo humano. Na sua envolvente plantam-se amendoeiras que provoquem sombras sobre o conjunto.

Participam os seguintes artistas: Direcção de Projecto Sérgio Vicente, Coordenação José Aurélio, com Ana Moreira, Bruno Cidra, Edgar Pires, Nuno Esteves, Ricardo Mendonça e Sara Padrão.

Promotores: Associação 25 Abril, Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa.

Apoio: SECIL

Localização: Jardim Amália Rodrigues, cruzamento entre a Rua Marquês de Fronteira e Rua Castilho, em Lisboa.

Inauguração: dia 25 de Abril de 2009, pelas 14 horas

a) direcção da Associação 25 de Abril

segunda-feira, abril 20, 2009

Jantar 35º aniversário do 25 de Abril


ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL

O jantar convívio do 35.º aniversário do 25 de Abril, organizado pela Associação A25A, será nas instalações da antiga Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, local de onde sairam as tropas de Salgueiro Maia

Dia: 24 de Abril de 2009 pa
Hora: 19h30 (convém chegar um pouco antes…)
Preço: € 5,00
Autocarros, a partir de Lisboa, ao preço de € 10,00, viagem de ida e volta.
com partidas da porta principal do Jardim Zoológico (1º às 17h, último às 18 h)
A partir das 23h00, realizar-se-á um espectáculo evocativo do 25 de Abril, que se espera seja grandioso, realizado pelos mesmos responsáveis dos espectáculos feitos na Expo98, em Lisboa.

INSCRIÇÕES: a25a.sec@25abril.org
ou telf. 21 324 14 20
referindo se precisam de transporte

Vai ser um jantar memorável, num local histórico!

terça-feira, abril 14, 2009

Convergência de Esquerda para Lisboa


Foi ontem lançado no Palácio Galveias, o Apelo para que haja uma Convergência da Esquerda para as eleições à CM Lisboa.
Aqui fica o texto do Apelo que desde ontem se encontra online e pode ser assinado por todos que amam Lisboa e a querem bem governada.
Para assinar, cliquem na imagem aqui ao lado.

Texto do Apelo:

A recente passagem de executivos liderados por forças de direita, na Câmara de Lisboa representou um sério retrocesso na governação da autarquia, cujas consequências foram sofridas pelos lisboetas e que delas guardam uma memória bem presente culminada pela realização de eleições intercalares em Junho de 2007.
A constante prevalência dos interesses particulares sobre os interesses gerais, o clima de suspeição que isso gerou, o endividamento sistemático das finanças municipais, a sucessão de projectos desajustados e megalómanos, antevistos para a cidade durante os mandatos anteriores, irão obrigar a autarquia, no imediato, a um esforço financeiro, a uma reestruturação mais racional e à reconversão de um planeamento urbanístico em moldes mais equilibrados e participativos, que não desrespeite nem o carácter da cidade, a sua memória histórica, ou tampouco ponha em risco o seu equilíbrio ambiental, concebido à margem de finalidades meramente especulativas e, merecedor, por via disso, de um amplo apoio dos cidadãos ao governo da sua cidade.

Por essa razão, para as eleições que este ano se vão realizar na autarquia de Lisboa, os abaixo-assinados reclamam de todas as organizações de esquerda – partidos, movimentos, associações – uma convergência de esforços e de programa que permita a eleição de uma equipa que dê garantias de rigor, transparência, responsabilidade e empenho no desenvolvimento equilibrado da cidade.