
Foi
hoje
às 18,30
na
Casa
Fernando
Pessoa
Foi pelo final da tarde de hoje que nos encontrámos todos/as na «casa do poeta» (que a Inês, outra mulher de excelência dirige) para estarmos com a Teresa e a sua poesia, agora reunida e editada num único volume de 850 páginas, pela Dom Quixote, com prefácio de Maria João Reynaud e apresentada por Fernando J.B. Martinho.
Casa a abarrotar de amigos/as e admiradores/as da poetisa (um termo que muitos não gostam vá lá saber-se porquê) mas onde predominavam as mulheres que sabem bem o quanto devem à autora e à sua obra.
Maria Teresa Horta começou a publicar em 1960 e a sua poesia foi, desde sempre, como muitos testemunharam hoje, um «facho a arder» na vida de muitas mulheres portuguesas. Ela foi a voz das vozes silenciadas que não podiam, ou não sabiam, como gritar a revolta asfixiada e a sexualidade reprimida. Foi a arauta de uma revolução sexual feminina que tardava a chegar a este país pardacento.
Hoje ouvimos falar da originalidade da sua poesia, do seu erotismo e feminismo assumidos e nunca traídos, mas também do seu pioneirismo como dirigente cineclubista e até jornalistica, tendo desenvolvido um trabalho de extrema importância em a página cultural de A Capital, como bem salientou Fernando J. B. Martinho.
Ouvimos por fim alguns poemas ditos por si. Sempre precisos, essenciais. Tecidos pela palavra burilada e sensível da Teresa.
Poesia Reunida, como a autora defende, é um testemunho da sua vida para os outros. Uma dávida generosa cobrindo uma lacuna há muito sentida. Os seus livros encontram-se esgotados. As novas gerações precisam ler e conhecer Maria Teresa Horta. A sua poesia é necessária. Ainda e sempre.
Parabéns à Dom Quixote.
Obrigada, Teresa.