(1922-1998)
Não fora a Noémia, companheira de vida e paladina incansável na divulgação da sua vida e da sua obra, e Jorge Vieira estaria hoje, muito possivelmente, completamente silenciado pela indiferença e pelo olvido dos portugueses, tal como já está pelas instituições culturais do seu país. País que lhe deve não só o renovo da escultura portuguesa no após Segunda Guerra Mundial como a formação de uma pleiade de jovens artistas plásticos que, sob a sua influência, continuam ainda hoje a honrar a nossa escultura dentro e fora do país. Um Mestre que fez escola e deixou discípulos.
Quando se perfazem 10 anos da sua morte (23 Dez 1998) esta é a homenagem da Noémia e dos Amigos. A única homenagem pública que se conhece. Uma homenagem dos afectos que são a seiva e a raíz deste projecto. Por isso, parafraseando Zeca Afonso, chamou-se-lhe «Cada Desenho um Amigo». Por que todos os amigos trouxeram para a festa os desenhos que, generosamente, ao longo da vida o Jorge lhes ofereceu.
Depois da Artecontempo e do Museu Municipal Prof Joaquim Vermelho, em Estremoz, é agora a vez de Alvito receber esta exposição itinerante. O Alentejo a fazer juz ao amor e dedicação que Vieira sempre lhe dedicou.
Não temos dúvidas: esta é a homenagem que o Jorge gostaria de ter. Por ser feita por quem o ama. Não são necessárias outras. Um dia a História da Arte Portuguesa dar-lhe-á o valor e o destaque que a sua Obra merece.
Em Beja encontra-se o Museu Jorge Vieira que contém grande parte da sua obra. Será que se esqueceram de assinalar esta data?!
2 comentários:
Não conheci pessoalmente o artista Jorge Vieira. Ele foi-me "apresentado" pela primeira vez pela Júlia e mais tarde, quando a conheci, pela própria Noémia Cruz. O meu interesse e admiração foram crescendo à medida que fui conhecendo a obra e a pessoa que foi Jorge Vieira. Resta-me então partilhar e subscrever tudo o que a n/ amiga afirma deste grande artista. Ainda bem que há quem se lembre sempre!
Simplesmente chocante como nos habituámos a desprezar a inteligência ao longo da nossa História !
Numa época em que a nossa auto-estima nacional anda pelas ruas da amargura, tomo a liberdade de lhes reenviar uma súmula de uma obra
que identifica os motivos das nossa amarguras e constrangimentos. Recomenda- se a sua leitura, urgente e obrigatória, a todos os cidadãos, sem limite de idade ou ideologia. Não receiem corar de vergonha.
Trata-se de "O Grande Livro dos Portugueses Esquecidos", um inventário do "Portugal lá fora", singular e surpreendente, que revela um rosário de vidas
excitantes e exemplares de Portuguesesque não tiveram lugar no seu próprio país por intolerâncias de vária ordem.
É em simultâneo um diagnóstico das causas dos nossos atrasos seculares e uma homenagem
a tantos ilustres compatriotas que a nossa memória colectiva não reconhece.
Passem palavra. Incendeiem as consciências.
Saudações,
Joaquim Fernandes
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