sexta-feira, junho 13, 2008

Façamos da Memória uma bandeira

Hoje é sexta-feira 13. Não, não sou supersticiosa. Tal como sou ateia, sou avessa a superstições. Gosto do 13 e era preto o meu primeiro gato. À parte o facto de hoje ser feriado municipal em Lisboa, por via do santo casamenteiro, quem eu quero mesmo aqui lembrar são dois homens singulares que no mesmo dia, em 2005, um em Lisboa e outro no Porto, nos deixaram fisicamente: Álvaro Cunhal (1913-2005) e Eugénio de Andrade (1923-2005). Um político e outro poeta, com percursos de vida diferenciados, mas ambos amantes da arte e admirando-se mutuamente, entregaram-se aos valores em que acreditavam, tendo-nos legado um património político, cívico e cultural sem paralelo. Todos os portugueses são subsidiários da sua obra e do seu exemplo. Que a nossa Memória colectiva saiba merecê-los.
Rotina
Passamos pelas coisas sem as ver, //
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,//se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,//vamos caindo ao chão, apodrecidos.
Eugenio de Andrade

3 comentários:

com senso disse...

Obrigado por nos lembrar dois dos maiores nomes de portugueses do século XX.
Penso que a história irá ainda fazer-lhes a devida justiça...

Paula Raposo disse...

Homenagem merecida a dois Homens!

Maria disse...

Num fim de semana perdemos três vultos da História recente de Portugal, no ano de 2005.
A política, a arte, a intervenção cívica de mãos dadas, a escaparem-se nestes três nomes como se areia fossem.
Fica-nos a memória. Que é de todos nós. E a saudade, que será só de alguns...

Um beijo